quarta-feira, 30 de julho de 2014

Aquelas três palavras e a falta de inspiração

Chego a conclusão que a felicidade de fato não é tão inspiradora quanto o sofrimento, ao pensar as causas que fazem com que os escritores não sintam a criatividade fluir quando felizes só chego a conclusões invariavelmente clichês (o grande problema é esse ser feliz é clichê).
É difícil descrever aquela felicidade que você sente ao acordar e ter o outro ao seu lado, normalmente ainda dormindo meio desajeitado com a boca entreaberta, você apenas olha e acha aquela cena idílica, mentirosa mesmo, você pensa em se beliscar, depois vê que está sendo ridículo pois nos seus sonhos você não estaria com a cara tão amassada.
Quando o outro acorda depois de um milhão de pensamentos que vieram a mente , desde eu "Vou ficar a vida toda com ele" até o "Será que tem o café que ele gosta aqui?" Você simplesmente diz "Eu te amo" aquelas três palavras que se dizem demais, mas que são as que melhor traduzem aquele um milhão de outras que passaram na sua cabeça em cinco minutos. E isso se repete ao longo de todo o dia, ao longo da semana, ao longo dos meses (para quem sabe doar e receber, ao longo dos anos, ao longo da vida) cada pequeno gesto, cada evento cotidiano é motivo de felicidade por isso que ser feliz não rende boas histórias, pois as melhores histórias dos felizes são vividas, não escritas.

Duas considerações: 1- A felicidade que amar alguém me proporciona me faz crer não ser possível amar outrem de tal maneira e essa é minha principal justificativa contra relacionamentos abertos ainda prefiro a profundidade em um do que a superfície em vários, não me julgo capaz de amar romanticamente duas pessoas ao mesmo tempo.                                                                         2- Eu amo, portanto a qualidade da escrita está inversamente proporcional às alegrias que tenho, quão maiores as alegrias são piores são os textos e eu não poderia estar mais satisfeita com isso.